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UMA SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS ECONÓMICOS DA ÁFRICA?

Em 2018, a renda média na Africa Subsariana foi de USD 1.589. Por quê? Eis uma análise de Especialistas do IEF- Valor Económico & Financeiro.

Crescimento na África: (im)possível

O economista Jeffrey Sashs fez recordar a velha história, do camponês que vai ao padre pedir conselhos para salvar suas galinhas, que estão morrendo. O padre recomenda orações, mas as galinhas continuam a morrer. Então o padre recomenda música no galinheiro, mas as mortes prosseguem. Ponderando novamente, o padre recomenda pintar o galinheiro em cores alegres. Finalmente, todas as galinhas morrem. “Que pena”, diz o padre ao campo, “eu ainda tinha tantas boas idéias”.

Desde a sua independência, os países africanos tem se voltado , as nações  doadoras — frequentemente seus antigos senhores coloniais — e as instituições financeiras internacionais para obter orientações sobre crescimento.

Volvidas duas décadas de independência, os países africanos mergulharam-se em profundas crises económicas, com maior destaque para a crise do endividamento, na década de 1980, buscando aconselhamento a antigos “senhorios”, uma especie de “curadoria económica”, em que as politicas de muitas nações africanas são decididas em um ciclo aparentemente interminável de reuniões com o FMI, o Banco Mundial e os doadores e credores.

Que pena. Tantas idéias boas e tão poucos resultados!!

Não se pretende culpabilizar as potências ou essas instituições pelo lento crescimento de África. Olhe-se a dívida pública média na África Subsariana foi estimada próximo de 56% do PIB no final de 2018 (significa que 56% da produção africana  convertem-se em obrigações). E os países africanos devem elevada soma monetária aos seus antigos colonizadores.

Questionamento que surge é se as recomendações políticas e institucionais consideradas boas por esses estados e instituições, foram efectivamente as adoptadas pelos países desenvolvidos quando estes ainda estavam em desenvolvimento?

Grafico I: Dívida oficial dos PALOP a Portugal, por país, em milhões de USD

 

CHANG, Ha-Joon, um pesquisador de Correia do Sul, afirmou que: “Um país quando se adianta aos outros, estes sentem-se naturalmente estimulados a se valer do seu poder político e económico para adiantar mais…” podendo se acrescentar que os que países em melhor posição de desenvolvimento podem exercer pressão ou influências para obtenção de vantagens comerciais, politicas e institucionais.  

Para encurtar a sua leitura deste texto, sugiro que pesquise sobre o “Plano Marshall” e O desenvolvimento de África numa perspectiva histórica, com destaque para o duro legado colonial africano ou então, convide o IEF – Valor Económico e Financeiro para uma Consulta, Palestras, Actividades de Pesquisa, Debates, sobre Negócios, Economia, Mercados, Finanças e Investimentos, desde temas mais sutís aos mais complexos, que com muito prazer desmistificamos.

A juventude africana precisa realizar uma instrospeção, para compreender que a estratégia do mundo para o seu progressso torna-os mártires de “Ciclos de Pobreza”, é preciso diagnosticar que, da mesma maneira que se constata que há “falta de vontade política” para construir determinada infraestrutura, pode também haver “falta de vontade política” para o desenvolvimento de países áfricanos, havendo apenas ingerência externa.

Moçambique por exemplo, tem enfrentado desafios económicos sistémicos, que na sua maioria resultam do contexto, factores históricos, escolhas e legados de governação e uma proporção significativa de uma mão-invisível.

Apesar de se perspectivar um futuro próspero derivado da exploração dos recursos naturais na bacia do Rovuma, em paralelo, começou uma “guerra sem rosto” na província de Cabo Delgado, tornando um desafio maior para o desenvolvimento. Os conflitos sempre tiveram efeitos consideráveis tanto do lado da receita como da despesa das finanças públicas de um país, assim como no desempenho das actividades económicas.

Além disso, ocorre em diversos países de áfrica, a ausência de controlo politico directo sobre os grandes projectos de investimento, fazendo com que o Investimento Directo Estrangeiro promova a exploração das riquezas naturais e da mão de obra nacional, sem produção de valor económico ou beneficios de economia de escala para os países.


O IEF – Valor Económico & Financeiro, fundada em 2019, é uma empresa moçambicana que presta serviços de consultoria  e análise económica, negócios e finanças.